Sempre fiquei imaginando como foi o dia da abolição da escravidão no Brasil.
Tenho certeza que na minha imaginação, as coisas foram bem mais bonitas, e talvez menos tristes.
Quero dizer, eu não duvido que, naquela época, os escravos tenham ficado felizes e tudo mais, mas convenhamos que eles estavam em uma situação delicada.
Ok, admito que este não foi o melhor exemplo que eu poderia ter dado, mas foi o que mais se aproxima da realidade atual da minha vida: O ensino médio acabou.
Sim, anjos descem dos céus, tocando clarinetes, arpas, guitarras, baterias e todos os outros instrumentos musicais possíveis. Fazemos uma festa, dançamos, nos abraçamos e eles sobem novamente <prometo que os exemplos ruins param por aqui, mas realmente, a sensação final é de estar abraçando um milagre divino>.
Iniciei o texto que quebra o hiatus do blog falando sobre a abolição da escravidão porque o meu primeiro sentimento com relação ao fim das aulas foi esse, eu me senti livre de verdade, o que durou pouco, mais ou menos meia hora, até eu chegar em casa e ouvir uma música em que o Leoni canta o seguinte verso: O que você pensou que era o final / É só o inicio do caminho.
Pronto, bastou isso pra que a euforia da suposta Lei Áurea acabasse.
Leoni estava corretíssimo, não era o fim, não era abolição total, era na verdade o começo do resto da minha vida, por mais piegas que isso soe, acho que no final das contas é sempre assim, principalmente depois de um ciclo tão longo, como foi o período do colégio.
Nos últimos dias, eu, a matéria atrasada, os cadernos e apostilas notamos que nossa relação já estava saturada, estava mais do que na hora de aquilo tudo acabar. Não me entendam mal, foi divertido, foi bom enquanto durou, vou levar lindas lembranças dos últimos anos mas acabou.
Ou começou?