Conheço o Di já fazem alguns anos, três ou quatro, não sei muito bem, não lembro quando comecei a levar a nossa amizade a sério, mas isso não é o que importa, o fato é que, depois de todo esse tempo, eu e ele criamos um tipo de intimidade que é simplesmente… Atípica.
O Di é um ano mais velho que eu, nos conhecemos por amigos em comum e o nosso “santo bateu” instantaneamente, parece que somos melhores amigos desde a nossa primeira conversa. Ele é minha versão masculina e, como costumamos brincar, é meu pulmão direito, sendo assim, eu até poderia viver sem ele, mas seria desconfortável e muito trabalhoso.
Não preciso pensar muito para dar a certeza de que o Di é uma das pessoas mais incríveis que já conheci, é do tipo de amigo que atende o telefone às três horas da manhã para ouvir seus problemas sem reclamar e ainda dá conselhos ótimos, te faz dar inúmeras risadas quando o resto do mundo está de mau humor e, principalmente, não tem medo de ser sincero.
Uma das coisas que eu mais gosto em qualquer relação, seja ela esta que tenho de amizade com o Di, ou não, é a capacidade de sinceridade mútua, sem medos, sem vergonhas, sem mentiras, apenas o que precisa ser dito e da forma que precisa ser dita. Esse lance de entrelinhas nunca funcionou para mim, preciso de coisas claras, e o Di sempre foi muito bom em fazer isso por mim, com seus puxões de orelha quando necessário.
Tudo isso é muito lindo, toda essa amizade/irmandade que construímos é maravilhosa, me orgulho muito dela, porém, tem seu ônus, que chega a ser muito engraçado.
O momento em que se perde a vergonha e se ganha a liberdade é o verdadeiro problema, liberdade para cutucar o nariz, usar os sapatos que dão chulé sem preocupação, falar sobre ciclo menstrual, reclamar do namoro, anunciar quantas vezes por dia vai ao banheiro, chorar, rir, gritar e xingar acabam fazendo parte de uma rotina louca, que poucas pessoas tem o prazer de ter.
Então, para concluir, fica o meu “Valeu aí, irmãozoca” ao problema da semana, que me dá esse prazer inenarrável de ter, sem sombra de dúvidas, o melhor tipo de amizade.