-Mas você vai morar sozinha? Assim… Sozinha sozinha? Sozinha mesmo?
- …
- É que me parece estranho, você que sempre clamou amor por todos os cantos, de repente querer ficar sozinha…
- É que me parece estranho, você que sempre clamou amor por todos os cantos, de repente querer ficar sozinha…
Não foi de repente. Meu apartamento é cheio de amor. E eu não estou sozinha. Muito de tudo que eu sou, não sou eu, e é por isso que está tudo bem. Tem tanto de tanta gente dentro de mim que minha autossuficiência acaba sendo totalmente falsa.
Alguém autossuficiente é alguém capaz de dizer “Eu me basto. Eu mesmo. Eu sozinho. Só eu. Euzinho”. Soa um pouco egoísta, e acho que a graça da autossuficiência é essa, não basta de uma palavra gourmetizada para o egoísmo de querer viver por si só.
O que claramente não é meu caso.
Hora ou outra eu me pego ajeitando os cabelos da mesma forma que minha mãe faz, batucando no volante do carro ao ritmo da música, igual meu pai costuma fazer ou até mesmo usando a ironia de um “É, beleza, claro” quando algo não me agrada, mania originalmente vinda de um amigo.
Além das influências óbvias, muito de mim é feito de tudo que eu escuto e leio por aí, Leminski, Drummond, Duvivier, Gessinger… Tenho tanto deles que às vezes posso jurar que sou eu que escrevo uma coluna para a Folha de São Paulo todo a segunda-feira de manhã, ou que fui quem teve a brilhante ideia de contar para o mundo que o papa, de fato, É pop.
Além das influências óbvias, muito de mim é feito de tudo que eu escuto e leio por aí, Leminski, Drummond, Duvivier, Gessinger… Tenho tanto deles que às vezes posso jurar que sou eu que escrevo uma coluna para a Folha de São Paulo todo a segunda-feira de manhã, ou que fui quem teve a brilhante ideia de contar para o mundo que o papa, de fato, É pop.
É por isso que a autossuficiência é uma besteira, não dá pra ser sozinho, tem sempre alguém - comigo, contigo, conosco e com todos os outros pronomes pessoais.
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