20 de fev. de 2013

EGOÍSMO HAWAIIANO

Engenheiros do Hawaii é o verdadeiro nome do meu problema. Banda fundada nos anos 80 em PoA, acabou dando "um tempo" em 2007 e nunca mais voltou, embora o vocaliza/alma/integrante fixo tenha feito outros projetos (Pouca Vogal e o em breve lançado Humberto Gessinger - carreira solo) o gostinho de "quero mais" nunca foi embora. 
Conheço a banda desde 1995, quando ainda era um pequeno e fofo feto. Meu pai costumava colocar fones de ouvindo na barriga enorme de minha mãe para me fazer "ouvir" Engenheiros quando eu estava muito.. Agitada, podemos assim dizer (PS: Fontes seguras afirmam que isso funcionava, como ainda funciona. Me acalma de um jeito inexplicavel). 
A primeira música que aprendi a letra foi "O Papa É Pop" que, na minha pequena mente de 5 anos era "O papai é pobre" e assim foi... As músicas do Engenheiros embalaram, se não todos, a maioria dos momentos memoráveis da minha vida, o que acabou criando entre mim e a banda uma relação muito forte. Quem escuta Engenheiros e analisa as letras, praticamente me vê nua, descobre meu íntimo, viaja no meu passado, me vê de verdade, conhece meus medos e cruza com o melhor de mim escondido em cada verso.
O problema de verdade foi quando, aos 11 anos, tive que tentar mudar essa concepção. Fui ao primeiro show da banda. Até então, eu achava que Engenheiros tinha sido criada para mim, para meu béu prazer e só eu, somente eu (meu pai e irmão mais velho também, por tabela) poderíamos escutar a tal obra divina que são as leras/músicas da banda. O teatro tinha lotado. Mais de 1.000 pessoas estavam lá, gritando para o MEU ídolo, cantando a MINHA vida. Aquilo foi estranho demais pra mim, eu não soube lidar. Não soube dividir e principalmente, não soube entender que eu, talvez, não fosse a única que tivesse esse tipo de ligação com a banda.
Depois disso, durante anos, quando me perguntavam "Qual sua banda preferida?" eu não respondia, soltava um "Ah, eu não tenho, gosto de várias". Puro egoísmo. Não gosto nem que terceiros saibam da existência da banda, não gosto de dividir a genialidade Gessingeriana com mais ninguém, já fazem 17 anos, e eu ainda não aprendi, não gosto de outras pessoas cantando minha vida, revirando meu passado e meus sentimentos, isso, pra mim, é o que a banda é. E tenho a certeza de que, a maioria da população mundial, não entenderia de verdade tamanha GENIALIDADE que existe por trás de Engenheiros do Hawaii.
Talvez seja esse o problema, existem pessoas demais no mundo e a maior parte não sabe o que é "trottoir".

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