6 de nov. de 2013

MEU IRMÃO

Nessa semana, a decoração natalina começou a se espalhar por todos os cantos da minha cidade e, confesso, eu fiquei meio desesperada.
Tem algo na época de final de ano que me deixa angustiada. Não gosto de fins, adoro começos, então toda essa ânsia pelo começo do novo ano e a nostalgia pelo final do atual, fazem uma bagunça em mim.
E foi exatamente isso que aconteceu, ontem eu acordei cedo o suficiente para ver as luzes vermelhas ainda acesas na decoração de um poste na rua, isso bastou para virar minha mente do avesso e me trazer mil e um pensamentos, 90% deles nada agradáveis.
Então, com aquela montanha-russa de emoções em mim logo cedo, resolvi acionar minha válvula de escape: Meu irmão.
Sete anos mais velho, uns bons centímetros mais alto e 110km mais longe, resumidamente.
Além de irmãos, somos melhores amigos, cúmplices e aliados. O Eduardo é o que eu tenho de mais importante e é ele que me salva da vida quando a tsunami de problemas aparece.
Eu o afoguei nos meus questionamentos e, principalmente, nos meus medos sobre o ano que está por vir e, depois de ter me ouvido falar sobre tudo, ele apenas perguntou "Você já tem texto para amanhã?" eu respondi que não e, alguns minutos depois, isso me aparece:
"Desde os sete anos (hoje com 24) vivi com esta pessoa que escreve para vcs em toda terça que vira quarta sobre várias teorias de qual seria o real problema da vida, se é que ele existe. Como todo bom irmão mais velho,  tentei ao máximo seguir “A Cartilha”, que diz que sempre devemos ser bons exemplos para nossos irmãos, porém, nunca podemos perder a oportunidade de fazer com que nossos irmãos mais novos aprendam algo útil (nem que isso signifique sacaneá-los). Como só tenho uma irmã, ela recebeu toda minha atenção (em ambas as partes), mas, ao contrário de mim, que sempre me dei bem com números, lógica e blá, desde pequena ela demonstrou uma imensa capacidade de comunicação e criatividade. Infelizmente o que é comum é dado como certo (talvez esse seja um possível problema) e sempre houve uma mosca no ouvido da minha irmã que insinuava “tá, tá, legal, mas tudo isso que cabe na sua cabeça não é nada genial”. E mesmo não havendo problema nenhum ela começou sua busca incessante por respostas. Ela cresceu (muito rápido) e eu sempre a vi muito feliz e muito triste e muito mal humorada e muito feliz e ansiosa... e sei que ela vai continuar assim, mas ano que vem vai ser diferente, ano que vem vai ter mais um problema, ano que vem vai ter algo chamado insegurança, mas quer saber o que eu acho? Eu acho que ela sente insegurança pelo simples fato que ela nunca foi posta REALMENTE a prova e por isso não sabe o potencial que tem. Acho que talvez o problema seja que não aceitamos quem nós somos e tentamos ser como todo mundo para sermos, dessa forma, talvez, uns mais iguais que os outros."
Resolvendo todos os problemas, lindo, sete anos mais velho, uns bons centímetros mais alto e 110km (que nada separa) mais longe. Simples assim, deixando como conclusão de hoje que: Talvez não exista problema nenhum que uma boa dose de auto-estima e confiança não resolva.

2 comentários:

  1. Texto maravilhoso, escritora maravilhosa, blog maravilhoso, tem a amiga mais maravilhosa do mundo e tem a mãe mais desejada e maravilhosa tb, bjs bjs

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  2. até sei quem escreveu o comentário acima...

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