Hoje, na hora do almoço, estava conversando com um colega de trabalho que, quando não está ocupado sendo bancário, é músico. Embarcamos em uma conversa sobre ritmo e equalização de músicas, até chegarmos ao X de toda a questão: a composição da letra vs. a composição da melodia.
Sou fã das letras e confesso que não boto a minha mão no fogo por quem prefere melodia.
Melodia é como atração física, primeiro encontro, troca de olhares, sorrisos trocados. É interessante, mas de nada vale se a conversa, as quatro paredes, a intimidade, a letra em si, não for boa. (Tá aí, acho que é por isso que me apaixonei por Clarice Falcão desde que escutei sua música pela primeira vez, melodia simples e letras incríveis, combinação perfeita)
Então estávamos sentados um de frente para o outro, cada um defendendo seu lado, enquanto ele dizia o quanto a melodia era importante para a música eu fiquei pensando que as duas na verdade não devem competir e sim se somar, afinal, dois positivos nunca formam um negativo, não é mesmo?
Quando chegamos a conclusão de que música só é música porque existe a harmonia entre a letra e a melodia, chegamos ao Y da questão: O tal do feeling.
Ele me disse, entre uma garfada de salmão e um gole de água com gás que, para ele, não existe música se o cantor/compositor não tiver o feeling na hora de tocar/compor, e que a falta do mesmo pode transformar a música em um problema.
Fiquei pensando que isso se aplicava para todas as outras ações que façamos na vida. Se não tiver sentimento, a dose certa de "semancol" e uma pitadinha de "vamos-ver-no-que-vai-dar", do que valem as tentativas quando não temos nada a perder mas, por outro lado, também não temos nada a acrescentar?
Conclui com o pensamento que, talvez o problema seja mesmo a falta de feeling.
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