Me acusaram de escrever sobre coisas que eu não sei, como o amor e as regras gramaticais. Resolvi entrar de cabeça nessa onda e escrever sobre algo que eu não faço a menor ideia do que seja: Eu.
Sou o segundo resultado da união de um economista com uma professora de história. Os dois se conheceram em um terminal de ônibus em Curitiba, namoraram por dois anos, casaram e tiveram um filho, meu excelentíssimo irmão mais velho, Eduardo. Sete anos depois disso, eu nasci, 3 kg e alguma coisa, sem nenhum fio de cabelo ou sobrancelha.
Nasci e fui criada em Curitiba em um bairro que eu, até hoje, amo. Frequentei a mesma escola católica de fevereiro de 1999 à dezembro de 2010, e tirei muito dos ensinamentos que tive lá para formar o meu caráter.
Quando era uma criança, usava cabelo chanel na altura da orelha, era gordinha e por isso, estava sempre com roupinhas mais largas, e tinha os dentes tortos. Minha mãe jura de pé junto que era uma fofura mas, até hoje, eu não sei como consegui ter tantos amigos.
Eu falava muito quando era mais nova, era simpática, sorria e fazia amizades facilmente, adorava brincar com todos, por esse meu jeitinho espoleta, sempre tive mais amigos do sexo masculino. As garotas não entendiam como eu conseguia perder os sapatos das minhas Barbies e sempre vinham com um "Como assim, você não tem um boneco do Ken? Com quem sua Barbie vai namorar?" Eu tenho um irmão mais velho, minhas Barbies namoravam com os soldados e bonequinhos de luta que ele tinha. Muito mais másculos do que um Ken surfista.
Como, por 11 anos, eu frequentei o mesmo colégio, foi fácil de manter as amizades. O problema se deu em 28/12/2010, quando eu, oficialmente, me mudei para Joinville.
Foi uma mudança radical, apesar de serem apenas um estado e 110km de distância, quando pego o ônibus para uma "volta para a casa" de um final de semana, penso em como esses poucos quilômetros parecem um mundo.
Perdi muita coisa na mudança. Caixas, roupas, sapatos, contato e alguns amigos.
Demorei pra me adaptar, era calor de mais, longe de mais da minha realidade e mais: O apartamento era extremamente gigante.
Já fazem quase 3 anos que me mudei e ainda tenho 2 caixas de coisas para serem guardadas.
Algumas pessoas dizem que os filhos se assemelham com os pais, então, comigo não poderia ser diferente, meu pai gosta de Rock Brasileiro e minha mãe de música sertaneja, o que sobrou para mim? Uma playlist que começa em Capital Inicial, passa por Zezé de Camargo e Luciano e acaba em Jason Mraz, acredito que música é música, independente do estilo, serve para unir as pessoas.
Desde que eu me lembro, sempre fui desastrada e desatenta, o que, ao longo de 17 anos, já me rendeu alguns arranhões, queimaduras, deslocamentos e por aí vai...
Costumava achar que meu problema era ser explosiva demais, mas descobri que não é. O problema é que sou intensa demais, gosto de palavras que acabam com "ÃO", gosto de fins de tarde e, lá no fundo.. Eu gosto muito de ter meus problemas.