25 de dez. de 2013

PEQUENOS PRAZERES

"Faça o que você ama, ame o que você faz" Não necessariamente nessa ordem, mas essas duas coisas são muito importantes. 
Não é novidade para ninguém que eu não trabalho com minha paixão, isso já me desesperou, mas hoje eu vejo que há um tempo certo para tudo, e ainda vou ter que passar por um bocado de coisas para de fato poder dizer que faço o que sempre quis fazer. 
Mas não é aqui onde eu quero chegar. O fato é que, depois de um ano na mesma função e na mesma empresa, eu me rendi aos seus pequenos encantos e me deixei apaixonar pelos pequenos detalhes, o primeiro é o saldo da minha conta no começo do mês, logo seguido pela temperatura ideal do ar condicionado no verão, pequenas coisas que arrancam grandes sorrisos.
Aprendi a relevar alguns acontecimentos e deixar os fatos sem importância para trás, isso deixou as coisas mais fáceis, então eu descobri um segredo. 
Nos dias em que os pequenos prazeres ficam difíceis de ser encontrados, o canal é fazê-los acontecer, fazer o que amamos é um bom começo. 
Então sigo assim, há um ano ( que serão completados amanhã, dia 26/12) comecei a fazer o que amo diariamente, e publicando alguns resultados disso aqui no blog. Não poderia ter escolhido um melhor jeito, a sensação de fazer o que se ama é maravilhosa. 
E aqui está, comemorando a descoberta de um segredo, anunciando uma solução para dias ruins e fechando 2013, talvez um ano não tão ruim assim.


18 de dez. de 2013

REVIRAVOLTAS

Uau, que semana foi essa?
Dediquei exatos doze minutos para pensar em tudo que aconteceu nos últimos sete dias antes de começar a escrever, mas não cheguei a nenhuma conclusão exata.
A vida nos testa, acho isso engraçado, ela dá voltas e mais voltas testando nossa capacidade de se manter de pé diante de tudo, e se por acaso tropeçarmos, os cambaleamos, ela está lá, pronta para apontar e rir da nossa cara.
Então essa semana foi o sinalizador de fluxo, que determinou para que lado as águas vão correr no(s) proximo(s) ano(s), foi o fim de planos que nunca saíram da cabeça, fim de sonhos que achei que ia realizar e começo de milhares de novos problemas.
Talvez tenha super estimado a validade de pontos dos ultimos testes da vida, talvez não, talvez era assim que teria que ser, e por fim, talvez essa indecisão e o frio na barriga pelo o que está por vim valha por tudo.

11 de dez. de 2013

A FALTA DE UMA SOBRA DE AMOR

"O amor é importante, porra", é o que diz um dos muros de uma rua no centro da minha cidade e, tenho certeza, de muitas outras.  Passo por esse muro todos os dias, mas nunca tinha reparado nele, até hoje, pela manhã.
Minha cabeça anda ocupada demais para um final de ano, ao invés de relaxar estou tentado (Pausa nº1: sem sucesso, diga-se de passagem), por em pauta todos os os problemas desse ano e fazendo o possível para que eles se façam menores e caibam na minha caixa de lembranças, o objetivo final é entrar em 2014 sem problemas passados.
Mas não hoje, hoje eu resolvi dar uma pausa e realmente prestar atenção ao caminho casa-trabalho-trabalho-casa.
Tudo bem, tudo bem, é só uma rua, eu sei. (Pausa nº2: Sim, eu trabalho do outro lado da rua, em frente ao meu apartamento). É só uma rua, mas milhões de destinos podem se cruzar em apenas esse espaço.
Sou do tipo romântica-boba, que se finge de cética mas no final, em segredo, deseja esbarrar com o amor da sua vida em um esquina qualquer, ou na fila de uma padaria. Culpo meus pais por isso, se conheceram em um terminal de ônibus e estão casados há quase trinta anos, algo que para mim, é invejável.
Parei no meio da multidão que passa pelo centro na época do natal e fiquei pensando no quão importante o amor é para todas as pessoas que passam por aquela esquina todos os dias e, assim como eu, não notavam o grito em forma escrita que estava ali.
Pode ser falta de amor misturado com pressa, foi o meu primeiro pensamento, mas depois me ocorreu: Por que não pode ser a sobra de amor? Aquele amor exagerado, que cega, que faz com que o resto do mundo não exista, que não existam muros, não existam ruas, aquele tipo de amor que por si só já basta.
Sempre quis me apaixonar cegamente, algo que fizesse meu coração quase transbordar, ainda não aconteceu, mas fico me perguntando... Quando acontecer, será um problema?

A TRISTEZA GOSTOSA

Então já é quarta-feira, já é Dezembro, já é o final, final do que foi, para mim, um dos anos inesquecíveis.
Analisando o ano por suas quartas-feiras, devo dizer que me enchi de problemas. Fazendo um balanço geral, arranjei mais problemas do que soluções, mas qual seria a graça da vida sem isso? Uma vez disseram que não são as respostas que movem o mundo e sim as perguntas. Eu digo que não são as soluções, mas sim os problemas. 
Comecei 2013 perdendo tudo o que eu achava ser real, tudo que pensava ser sólido se desmanchou em questão de segundos em minha frente, muito drama, muita tristeza, pouca ação. Me perdi inúmeras vezes até me achar novamente, custou muito, mas eu aceitei tudo como uma nova realidade e me coloquei em um novo lugar, aquilo pra mim foi um achado.
Depois disso, comecei a ganhar. Ganhei uma vida nova, ganhei disciplina, ganhei amigos e muita responsabilidade. Envelheci 10 anos ou mais em poucos meses, e agora, olhando tudo como uma retrospectiva televisiva de um canal qualquer, eu não me arrependo de nada.
Mas não vou negar, Dezembro me dá tristeza, é hora de sentar e assistir ao filme que foram os últimos meses, alguns mais felizes que os outros, como deve ser.
A tristeza que me aparece na reta final do ano, é uma tristeza gostosa de sentir, quase como aquela que se tem quando se passa de uma fase difícil de algum jogo, "que bom que passou, mas estava tão desafiador e bom jogar..."
Acho que a vida tem dessas, na maioria das vezes, as fases mais difíceis são as mais memoráveis.

27 de nov. de 2013

D.

Conheço o Di  já fazem alguns anos, três ou quatro, não sei muito bem, não lembro quando comecei a levar a nossa amizade a sério, mas isso não é o que importa, o fato é que, depois de todo esse tempo, eu e ele criamos um tipo de intimidade que é simplesmente… Atípica.
O Di é um ano mais velho que eu, nos conhecemos por amigos em comum e o nosso “santo bateu” instantaneamente, parece que somos melhores amigos desde a nossa primeira conversa. Ele é minha versão masculina e, como costumamos brincar, é meu pulmão direito, sendo assim, eu até poderia viver sem ele, mas seria desconfortável e muito trabalhoso.
Não preciso pensar muito para dar a certeza de que o Di é uma das pessoas mais incríveis que já conheci, é do tipo de amigo que atende o telefone às três horas da manhã para ouvir seus problemas sem reclamar  e ainda dá conselhos ótimos, te faz dar inúmeras risadas quando o resto do mundo está de mau humor e, principalmente, não tem medo de ser sincero.
Uma das coisas que eu mais gosto em qualquer relação, seja ela esta que tenho de amizade com o Di, ou não, é a capacidade de sinceridade mútua, sem medos, sem vergonhas, sem mentiras, apenas o que precisa ser dito e da forma que precisa ser dita. Esse lance de entrelinhas nunca funcionou para mim, preciso de coisas claras, e o Di sempre foi muito bom em fazer isso por mim, com seus puxões de orelha quando necessário.
Tudo isso é muito lindo, toda essa amizade/irmandade que construímos é maravilhosa, me orgulho muito dela, porém, tem seu ônus, que chega a ser muito engraçado.
O momento em que se perde a vergonha e se ganha a liberdade é o verdadeiro problema, liberdade para cutucar o nariz, usar os sapatos que dão chulé sem preocupação, falar sobre ciclo menstrual, reclamar do namoro, anunciar quantas vezes por dia vai ao banheiro, chorar, rir, gritar e xingar acabam fazendo parte de uma rotina louca, que poucas pessoas tem o prazer de ter.
Então, para concluir, fica o meu “Valeu aí, irmãozoca” ao problema da semana, que me dá esse prazer inenarrável de ter, sem sombra de dúvidas, o melhor tipo de amizade.

20 de nov. de 2013

A ESQUIZOFRENIA

De vez em quando, acho que deveria gastar um tempo agradecendo por meus pensamentos serem silenciosos.
Essa semana, um amigo me mostrou, em uma revista online, uma matéria sobre esquizofrenia. Alguns estudos científicos agrupados que dissertavam sobre como a mente de pessoas com este distúrbio funciona e a essa tal matéria terminava com um áudio simulando o que se passa com eles. 
Confesso que não ouvi até o final, aturei apenas por 2 minutos. É angustiante, apavorante... Milhares de pensamento por segundo, ecoando em voz alta, em tons diferentes, ritmos diferentes, como se suplicassem por algo que não pode ser dado. 
Pensei em mim, que raramente fico completamente parada, quando algo exige minha atenção, minha mente foca, mas meus pés balançam e minha mão procura por alguma caneta retrátil na ânsia pelo "tic-tic-tic-tic", e eu pensava que esse era um problema, agora vejo que está longe de ser. 
Fui dormir imaginando em como seria frustante e agonizante não conseguir organizar meus próprios pensamentos, as únicas coisas que são, de verdade, nossa. Sem exageros, me deu um nó na garganta. 
Talvez o problema independa da organização e da vontade, talvez sejam as vozes mais graves que comandem tudo.


13 de nov. de 2013

O PLANEJAMENTO

A vida deixou de ser espontânea, isso me preocupa.
Nunca programei nenhum texto aqui no blog, primeiramente porque, na única vez que tentei fazer, algo deu errado e eu só percebi que o texto não foi publicado alguns dias depois. O outro motivo é que, em minha opinião, o texto perde seu encanto, sua graça.
Por algum motivo, que eu desconheço, isso não se aplicava a minha vida. Fora do blog, eu sempre gostei de ter tudo planejado, não como uma rotina, mas certamente como um plano.
Digo que não se aplicava, com verbo no passado, porque a vida me bateu de novo.
Apanhei feio de um plano, que eu julgava ser infalível, e comecei a aprender a lidar com os imprevistos da vida.
Às vezes chove, às vezes a carta não chega, às vezes o mundo gira contra nós, mas com certeza a favor de algo, às vezes, as vezes não tem crase e às vezes não funciona.
Um dos meus poemas favoritos, é o "E agora, José?" de Carlos Drummond de Andrade que diz
" a noite esfriou, 
          o dia não veio, 
          o bonde não veio, 
          o riso não veio 
          não veio a utopia 
          e tudo acabou 
          e tudo fugiu 
          e tudo mofou, 
          e agora, José? "
E agora, o que fazer? Talvez o problema seja que nem eu, nem José e nem Drummond sabemos. 

6 de nov. de 2013

MEU IRMÃO

Nessa semana, a decoração natalina começou a se espalhar por todos os cantos da minha cidade e, confesso, eu fiquei meio desesperada.
Tem algo na época de final de ano que me deixa angustiada. Não gosto de fins, adoro começos, então toda essa ânsia pelo começo do novo ano e a nostalgia pelo final do atual, fazem uma bagunça em mim.
E foi exatamente isso que aconteceu, ontem eu acordei cedo o suficiente para ver as luzes vermelhas ainda acesas na decoração de um poste na rua, isso bastou para virar minha mente do avesso e me trazer mil e um pensamentos, 90% deles nada agradáveis.
Então, com aquela montanha-russa de emoções em mim logo cedo, resolvi acionar minha válvula de escape: Meu irmão.
Sete anos mais velho, uns bons centímetros mais alto e 110km mais longe, resumidamente.
Além de irmãos, somos melhores amigos, cúmplices e aliados. O Eduardo é o que eu tenho de mais importante e é ele que me salva da vida quando a tsunami de problemas aparece.
Eu o afoguei nos meus questionamentos e, principalmente, nos meus medos sobre o ano que está por vir e, depois de ter me ouvido falar sobre tudo, ele apenas perguntou "Você já tem texto para amanhã?" eu respondi que não e, alguns minutos depois, isso me aparece:
"Desde os sete anos (hoje com 24) vivi com esta pessoa que escreve para vcs em toda terça que vira quarta sobre várias teorias de qual seria o real problema da vida, se é que ele existe. Como todo bom irmão mais velho,  tentei ao máximo seguir “A Cartilha”, que diz que sempre devemos ser bons exemplos para nossos irmãos, porém, nunca podemos perder a oportunidade de fazer com que nossos irmãos mais novos aprendam algo útil (nem que isso signifique sacaneá-los). Como só tenho uma irmã, ela recebeu toda minha atenção (em ambas as partes), mas, ao contrário de mim, que sempre me dei bem com números, lógica e blá, desde pequena ela demonstrou uma imensa capacidade de comunicação e criatividade. Infelizmente o que é comum é dado como certo (talvez esse seja um possível problema) e sempre houve uma mosca no ouvido da minha irmã que insinuava “tá, tá, legal, mas tudo isso que cabe na sua cabeça não é nada genial”. E mesmo não havendo problema nenhum ela começou sua busca incessante por respostas. Ela cresceu (muito rápido) e eu sempre a vi muito feliz e muito triste e muito mal humorada e muito feliz e ansiosa... e sei que ela vai continuar assim, mas ano que vem vai ser diferente, ano que vem vai ter mais um problema, ano que vem vai ter algo chamado insegurança, mas quer saber o que eu acho? Eu acho que ela sente insegurança pelo simples fato que ela nunca foi posta REALMENTE a prova e por isso não sabe o potencial que tem. Acho que talvez o problema seja que não aceitamos quem nós somos e tentamos ser como todo mundo para sermos, dessa forma, talvez, uns mais iguais que os outros."
Resolvendo todos os problemas, lindo, sete anos mais velho, uns bons centímetros mais alto e 110km (que nada separa) mais longe. Simples assim, deixando como conclusão de hoje que: Talvez não exista problema nenhum que uma boa dose de auto-estima e confiança não resolva.

30 de out. de 2013

16H01

Essa semana, eu completei um ano no meu primeiro emprego e me peguei pensando em como minha concepção sobre tudo lá dentro mudou.
Quando eu digo que trabalho em um banco, a maioria das pessoas já me olha torto, uma dessas pessoas até me disse "Nossa, sério? Mas você é tão legal... Como consegue?".
E se eu disser para vocês que trabalhar em um banco não é esse bicho de sete cabeças que todo o mundo pensa? Vou me explicar melhor...
No meu primeiro dia, minutos antes de ir trabalhar, eu estava suando frio, confesso. Super nervosa por toda a experiencia que iria iniciar mas também tinha outra coisa que, de jeito nenhum, saia da minha cabeça: Eu iria trabalhar no inferno terrestre.
Cresci achando que o banco é lugar de gente hipócrita e sem coração, que filas são os piores lugares do universo e que, uma vez que você está dentro, uma nuvem de mal-humor e más vibrações te envolve.
No final das contas descobri que a hipócrita era eu. Passei a olhar tudo com outros olhos e devo dizer que sentar do outro lado da mesa, é mais difícil do que parece.
As agências bancárias são abertas por apenas algumas horas (por aqui elas abrem as 11h e fecham as 16h) e, infelizmente, não são todos que podem ver o que acontece antes das portas se abrirem e depois que elas se fecham e esse sim, é o problema.

23 de out. de 2013

QUANDO EU CRESCER

"Não quero perder a razão para ganhar a vida/ Nem perder a vida para ganhar o pão" é uma das coisas que me vem a cabeça quando penso no que vou fazer da minha vida.
Pode ser que esse meu pensamento mude daqui uns anos, mas nessa noite de terça ele é o seguinte: De nada vale o saldo mensal da sua conta se no final de cada dia você chega do trabalho odiando o que faz. 
Minha mãe é professora de História já fazem alguns anos, hoje ela leciona em dois colégios e raramente para em casa, almoça correndo, vive com provas e trabalhos nas mãos para serem corrigidos e está sempre estudando. Confesso que me canso apenas de olhar, mas algo no meio dessa correria toda que é a vida dela me fascina: Ela ama o que faz, e o melhor: se diverte fazendo. 
Sempre achei uma grande sacanagem exigir de uma pessoa, de apenas dezessete anos, que ela saiba o que vai fazer para o resto de sua vida. 
E se ela não passar no vestibular? E se não for tudo aquilo que ela queria? E se o desempenho não for o esperado? 
A vida se enche de perguntas que tentamos responder com testes vocacionais. Confesso que fiz alguns, treze para ser mais exata, e gostei do resultado, me envaideci toda pelos elogios à minha criatividade e minha capacidade de comunicação mas, por outro lado, me enchi de outras novas dúvidas e problemas que, no final das contas, eu até agradeci por não precisar sana-las com tanta pressa. 
O fato é que eu sei que o tempo vai passar e logo o problema vai se resumir em apenas uma pergunta: Publicidade ou Jornalismo?

16 de out. de 2013

DAR TEMPO AO TEMPO

Meus dias são corridos, normalmente tenho pouquíssimo tempo livre, então essa história de "dar tempo ao tempo" nunca me soou uma boa ideia. Se, às vezes, eu não tenho nem cinco minutos para fazer carinho em minhas gatas durante o dia, como eu posso estar DANDO tempo para o tempo passar?
Essa foi minha briga durante um longo tempo. 
Até que, numa madrugada tediosa, quatro meses depois da tempestade, o motivo de paz voltou. Voltou e chegou lindo. Como se nada tivesse acontecido, como se o vendaval tivesse sido um sonho. 
E, de repente, deixar o tempo passar, passou a fazer sentido. 
Deixou todos os medos, as angustias e os "E se.." de lado, como um choque de realidade que vale a pena levar uma, duas, três milhões de vezes.
Então agora, depois da euforia da volta, agora que eu já voltei a me acostumar e que a poeira baixou...
Eu quero agradecer a quem me mostrou que, ao contrário do que eu acreditava, uma música, um par de olhos ou um pôr-do-sol podem sim, fazer a diferença.
Então fica aí o meu MUITO OBRIGADA à quem me "JJDDT", me arranca sorrisos fácil demais, me mostra todos os dias que vale a pena deixar o tempo correr a seu próprio tempo e, principalmente, me permite ser quem eu sou, toda "problemática". 
É, talvez o problema seja mesmo que, como você me falou a menos de 20min atrás, o que falta em mim, é você. 

9 de out. de 2013

O SILÊNCIO

Existem certas coisas que escrevo diariamente no meu bloco de notas mentais. 
Confesso que esqueço 90% delas mas penso que, no final das contas, as que esqueci, talvez não fossem tão importantes assim. 
Uma das notas "inesquecíveis" é: Aceitar o silêncio. 
Ele grita verdades que não queremos ouvir e isso machuca.
O final de uma música, um telefonema não atendido, uma mensagem não respondida, tudo isso, todas essas formas de silêncio são como um tapa na cara, um balde de água fria nas esperanças. 
Sempre fui fã de DVD's e CD's de shows ao vivo, onde não tem aqueles três ou quatro segundos de completo silêncio entre uma música e outra. Não alimenta expectativas, não nos dá tempo para pensar, apenas segue um fluxo. 
Um dos motivos pelos quais eu simplesmente não aceito o silêncio é porque não o entendo. 
Ao mesmo tempo que expressa entendimento, compreensão, é uma bagunça, uma confusão danada. O silêncio é complexo, só se faz entender quando analisa-se todo o contexto. 
O silêncio nunca vem sozinho, talvez o problema sejam as suas más companhias. 

2 de out. de 2013

A MENTIRINHA

Durante a semana, fiquei pensando nas tais "white lies" (mentirinhas).
Existe uma linha que separa as mentiras, as mentirinhas e as informações escondidas, essas nem sempre se misturam com as duas primeiras, mas o problema principal é: Quão grossa é essa linha?
Queria muito saber quem foi a primeira pessoa do mundo a mentir. Sou católica e ciente da história de Adão e Eva, sei que muitos acham que foi naquele momento da história que tivemos a primeira mentira, porém, não quero focar em nenhuma religião, ceita, credo ou algo do gênero, o ponto onde quero chegar é que nenhuma mentira é somente UMA mentira.
Para sustentar uma mentira, é necessário criar várias outras e mesclar as várias variações, incluir mentirinhas, esconder informações e assim a bola de neve vai aumentando, se tornando cada vez mais impossível de se reverter.
Entre outros motivos, o que me faz acreditar que a linha que separa os "tipos" de mentiras é tão tênue quanto um fio de cabelo (bem hidratado, lógico) é que esses tais "tipos" transitam com uma enorme facilidade entre eles, se fazendo cada vez mais autossuficientes.
O problema é que isso deixou de ser um problema e é visto como algo normal.
Afinal, é só uma mentirinha mesmo...

25 de set. de 2013

O TREM

A tal luz no fim do túnel foi decifrada. Era só um trem desgovernado.
Simples assim. Um trem que ninguém sabe de onde veio, nem pra onde vai. Para ser mais sincera do que deveria... Creio que nem o próprio condutor sabe... Ele só está se divertindo pelo caminho, esse caminho com mais de doze mil e cem destinos a cada curva que passa.
Engraçado pensar que a solução pra todos os nossos problemas (ou a luz no fim do túnel, como vocês preferirem) somos nós mesmos. Nos cansamos de procurar em lugares e pessoas soluções que só nós temos.
É tudo sobre como vemos as situações, como já comentei por aqui, algumas formas de encarar um problema pode acabar virando outro e assim sucessivamente. Porém, o ponto de hoje é que, às vezes, a solução pra tudo está mais perto do que imaginamos e não nos permitimos enxergar isso.
Talvez o problema, na verdade, seja abrir os olhos para aquilo que não queremos ver.

18 de set. de 2013

SOB(RE) CONTROLE

Essa semana resolvi trocar de lugar algumas certezas e também alguns móveis.
Sempre quando estou incomodada com algo que não sei como resolver, mudo algum móvel do meu quarto de lugar. Uma filosofia meio Feng Shui que funciona, a energia corre diferente pelo meu canto preferido da casa e me ajuda a achar uma solução.
Dessa vez, a minha bagunça mental foi tanta que me rendeu quadros, móveis e prateleiras novas, tudo segurado pelo fio de esperança de estar no controle da situação novamente.
Nunca fui mimada, mas se tem uma coisa que me tira do sério é perder o controle, não só o da televisão mas também o da minha vida, quando as coisas vão além de onde eu posso guia-las, o mini-desespero bate e lá vou eu arrastar o guarda-roupa e a escrivaninha.
Durante esse meu período de organização, sempre que me perguntavam como estavam as coisas, eu respondia com um simples: Está tudo sob controle.
Mas na verdade... O que eu realmente sei sobre o controle? Sou impulsiva, troco facilmente um prato de salada por uma barra de chocolate e isso não me parece tão errado.
O ponto onde quero chegar, é que querer ter o controle é diferente de te-lo de fato.
Talvez o problema seja que é tudo sobre o controle.

11 de set. de 2013

A GRAMA DO VIZINHO

Quem me conhece sabe que organização com certeza não é meu forte.
Consigo enxergar o chão do meu quarto por completo apenas uma vez por semana, meus textos estão espalhados por todos os cantos da casa e do meu computador e nem vou entrar nos detalhes sórdidos da minha mesa e gavetas no trabalho. Chega a ser constrangedor, mas, por algum motivo, eu não consigo mudar.
Vi em algum lugar um pesquisa que diz que uma mesa de trabalho bagunçada, ajuda no raciocínio e desempenho, uma vez que várias idéias estão espalhadas à sua frente, é mais fácil pensar nelas. Não sei se foi apenas para mim que isso fez total sentido, já que sou uma bagunceira assumida, mas essa ideia de olhar os problemas de fora para procurar uma solução parece legal, porém, como tudo, tem seus dois extremos.
O olhar de fora pode nos levar a uma solução genérica, sem levar em conta pontos importantes de decisões que deveriam ser tomadas, mas quando estamos presos dentro do problema, nos cegamos pela ânsia de resolve-los.
Julgar a grama do vizinho parece sempre mais interessante do que pegar o cortador e tentar fazer algo pelo nosso próprio jardim.
Talvez o problema seja que tudo fica mais fácil a coragem que uma certa distância nos dá.

4 de set. de 2013

RESUMO

Começamos em tom de brincadeira, você brincando de gostar de mim e eu brincando de acreditar, não lembro quando foi que comecei a levar a sério, mas te confesso: O medo de ter sido a única de nós a ter feito isso, me consome até hoje. 
Sei que deve saber como estou enquanto te escrevo agora, deve saber que estou com o cabelo bagunçado, sentada no chão do quarto e a única luz e que me ilumina é a que vem da tela do computador. Minhas unhas estão roídas e o esmalte já está pela metade, estou usando a camiseta da minha banda favorita, aquela que te fiz escutar algumas músicas, um short, aquele que você sempre reclama do comprimento, e minhas pantufas em forma de bolas de futebol. 
É engraçado, como tudo isso, de alguma forma, me faz lembrar você. Me lembro de quando acordávamos juntos no sábado de manhã e você fazia questão de implicar com o meu cabelo e da bagunça do meu quarto, lembro também das brigas que travamos até você entender o meu lado “garota” de querer fazer as unhas toda à sexta-feira e o meu lado apaixonado de querer passar as noites de quarta-feira na frente da televisão, pelo futebol. “É perda de tempo, guria. E é injusto também, ganham milhões para ficarem correndo 90 minutos atrás de uma bola. E os que ganham para ficar no banco então? Não vejo sentido.” Era sempre o seu discurso e logo seguia um “Não poderemos nos casar se for desse jeito” que você fazia questão de soltar com uma risada depois. Só para deixar mais claro que não falava sério.
Sempre quis te dizer que seria capaz de abrir mão do Corinthians por você, mas o nosso tipo de relacionamento, não permitia verdades tão explicitas, e eu nunca pensei em te dizer isso em tom de brincadeira, simplesmente não saia.
Mas talvez fosse melhor assim…
Você nunca me cobrou amor, fidelidade e nem atenção, e em troca, eu fiz o mesmo, ou pelo menos tentei. Então ficávamos assim, passávamos horas conversando sobre nada, contando histórias e fazendo o tempo voar. Uma noite, o telefone tocou, era você. Eu pude saber disso antes mesmo de olhar para o celular. A sua música preferida invadiu meu quarto e ecoou pelas paredes, eu sorri.
- Alô.
- Oi am… – Você parou por alguns milésimos de segundo - Oi, sou eu. 
Respirei fundo, fingi não me importar, mas consegui ouvir o teu silêncio gritando arrependimento pelo modo como me chamou, deixei passar, fiz que ouvi um “Oi, guria” e troquei de assunto o quanto antes.
Acabamos nos aproximando mais do que o necessário. Mais do que as nossas regras permitiam. Lembro de ter comentado que me sentia sozinha, e você de repente apareceu, me oferecendo companhia. Hesitei por algum tempo, fiquei insegura e sabia que algo ia mudar entre nós se te permitisse, mas fiz. Te deixei ficar e você acabou arrumando um espaço do meio da bagunça que estava a minha vida, se acomodou e eu não me incomodei. 
Até que você resolveu me organizar, resolveu que colocaria borboletas no meu estomago toda vez em que eu ouvisse sua voz ou visse seu sorriso, e que me arrepiaria ao lembrar de você. Você me organizou depois me bagunçou mais, depois me organizou do jeito que achava certo, do jeito que queria que ficasse. Mas aquilo tudo era novo e complicado demais pra mim, eu não soube dosar.
Fingia entender, para que nós pudéssemos nos gabar da nossa maneira autossuficiente de se relacionar e rir dos casais a nossa volta. Mas a verdade é que, desde que você apareceu, eu já não entendia muita coisa, sabia que gostava de você, do jeito que enchia as bochechas quando comia e da dobrinha que aparecia no seu rosto quando você sorria. O que realmente não entendia, era o que se passava na sua cabeça, e isso me tirava o sono.
Queria poder dizer mais sobre você, mas meu conhecimento se resumia em: Ele gosta de carros, não sabe usar hashis para comer e é preguiçoso como uma tarde de domingo. Você não se abria comigo, me contava muito pouco sobre seus medos, não creio que fazia de propósito, mas é o seu jeito e eu, de novo, finjo entender.
Por isso eu te digo, não soube como te dosar. Quis muito de alguém que tinha pouco a me dar. Não te culpo. Sei que te fizeram mal e você culpa a todas pelo erro de uma, deve ter um motivo. Te conheço e sei da sua história o suficiente pra saber que teu motivo ainda anda por aí, te rondando. E mais uma vez, eu finjo entender.
Então, na verdade, acho que começamos assim, em tom de brincadeira, você brincando de gostar de mim como quem realmente precisa de alguém que o entenda por perto, e eu brincando de acreditar, fingindo entender e desejando muito, muito mesmo, que tudo fosse verdade

28 de ago. de 2013

O CENTRO

Quando era menor, eu odiava andar pelas ruas do centro de Curitiba, toda aquela gente me assustava, todos juntos, andando rápido e ao mesmo tempo. Eu apertava forte a mão da minha mãe a apenas torcia para que o "passeio" acabasse logo.
O tempo passou e eu, que tinha calafrios apenas em mencionar a palavra, me mudei para uma cidade relativamente menor que Curitiba, porém, o bairro escolhido para essa aventura foi o que mais me apavorava.
Moro na esquina de uma rua qualquer com a rua principal, isso me faz ficar apenas 16 passos de distância do ponto turístico mais importante, o que de fato é lindo quando visto da janela do 8º andar do segundo prédio mais velho da cidade, porém, isso não muda o fato de que, sim... Eu moro no centro. 
Demorei para me acostumar, mas depois de quase três anos, já me adaptei e consigo vencer a vontade de ir à padaria de pantufas e calça de pijama, mais uma vez, eu repito: Nada melhor do que o tempo para nos fazer acostumar e vencer velhos hábitos.
O tempo passou e meu ódio pela região central foi passando, a vista da minha janela foi ganhando mais e mais da minha atenção e agora se tornou meu lugar favorito. 
Agora eu gosto de observar as ruas do centro, toda a movimentação rápida, as milhares de pessoas seguindo o mesmo rumo para caminhos diferentes, o tempo passando e tudo se acabando quando os sinos da Catedral informam que já são 18h00..
Talvez o problema seja que, a magia que fica depois dos sinos, poucas pessoas conseguem ver, os caminhos tortos que pessoas sem rumo nenhum tomam depois que as luzes fortes se apagam e o centro "morre", é a vista que nem todo o 8º andar de um prédio tem.

21 de ago. de 2013

PASSOU!

Acordei e não senti nada. Foi estranho, era como se você finalmente e definitivamente tivesse ido embora.
Levantei e nossa foto não estava na cabeceira da cama, os seus bilhetes prometendo um pra sempre que não durou não estavam pendurados no painel ao lado da porta e eu não tinha mais um anel no dedo.
Fontes seguras me afirmam que já fazem 221 dias mas, por algum motivo, que acredito ser esotérico, eu ainda sentia que estávamos juntos até hoje, até essa manhã, quando o despertador tocou e a minha última ficha caiu. Foi uma surpresa, uma coisa incrível, descobri que existe vida fora de uma caixa de sapatos cheia de lembranças.
Foi assim que a vida me mostrou, numa terça-feira ensolarada, que passou. A vida passou e eu não vi, chorei, sofri, achei que seria o fim do mundo todo o dia da semana, mas não foi, tudo passou.
E quem diria, parece até uma grande ironia, mas eu descobri que sou feliz!

14 de ago. de 2013

O PESSIMISMO

Quando eu era mais nova, tinha pesadelos horríveis com Voldemort, o vilão da saga Harry Potter. Depois que cresci, comecei a ter sonhos bizarros com um cachorro que andava apenas com as patas traseiras e me perseguia em todos os lugares. Até que um dia um amigo me deu um Dream Catcher (ou filtro dos sonhos, como preferir) e os sonhos pararam, não completamente, mas começaram a diminuir a frequência.
Fui procurar saber mais sobre esses filtros "mágicos" e no segundo que apertei a tecla Enter no Google, milhões de histórias pularam nos meus olhos, todas elas diziam que o Dream Catcher não te impede de ter pesadelos, afinal, por trás de uma coisa ruim existe uma coisa boa, então ele apenas filtra os sonhos que tem mensagens boas para seus donos.
Me peguei pensando nas pessoas pessimistas, aquelas que nunca conseguem ver o lado bom de nada... Nessa caso, o filtro funciona ou é só mais um penduricalho na janela do quarto?
Estou no meio dessa gente também, embora eu credite em positividade, em plantar o bem e colher os melhores frutos mais tarde e em todas essa história cósmica de que o universo gira ao nosso favor,  tenho os meus momentos, também acredito que as únicas coisas que não tem um lado ruim são os LPs do Engenheiros do Hawaii.
Com o tempo eu descobri que a magia por trás do filtro dos sonhos, somos nós mesmos que fazemos, somos nós que fazemos o mundo girar ao nosso favor e somos somente nós que possuímos as sementinhas do bem, aquelas dos melhor frutos.
Talvez o problema seja que, para quem não tem um Dream Catcher e nem boa vontade, o lado ruim é sempre mais atraente.

7 de ago. de 2013

EU NÃO SEI!

Não sei se acredito na teoria do “Big Bang" ou que o homem veio do macaco. Não sei em quem vou votar nas próximas eleições e nem qual será a cor das minhas meias amanhã. Não sei se prefiro doce ou salgado e nem qual é minha música preferida. Não sei como fritar ovos e não decorei a formula de Bhaskara. Não entendo a maioria das piadas que me contam e demoro a sacar a ironia de uma frase. Não sei se o ovo veio antes que a galinha nem se os cachorros vêem tudo preto e branco mesmo. Não sei falar espanhol nem forçar algum sotaque. Não sei fazer estrogonofe nem tenho qualquer habilidade na cozinha. Não sei tocar violão nem sei o tipo sanguíneo do meu cantor predileto. Não sei se Engenheiros do Hawaii agrada a todos como eu penso que agrada nem porque sou tão apega às coisas e momentos que já passaram da “data de validade". Não sei por que tenho uma tendência a gostar de pessoas erradas, nem porque choro compulsivamente vendo filmes, lendo livros, ouvindo músicas, respirando. Não sei por que sinto falta de quem não merece e nem porque comecei a pensar em tudo o que eu não sei… Não sei por que, assim, de repente, me dá uma vontade de escrever sobre tudo, sobre todos e também não sei por que, sempre acabo escrevendo sobre mim.
Não sei, mas talvez o problema de tudo é que sou um clichê ambulante e egoísta.   

31 de jul. de 2013

A OUTRA METADE

Segundo a mitologia grega,os seres humanos foram criados originalmente com quatro pernas, quatro braços e dois rostos. Temendo o seu poder, Zeus os separou, condenando-os a passar suas vidas em busca por suas respectivas metades.
Descobri que a minha outra metade está sub-dividida em várias outras pequenas metades e todas elas eu encontrei dentro da mesma igreja no último sábado.
Meu irmão se casou nesse final de semana, foram incontáveis lágrimas e uma felicidade que não cabia em mim. O casório acabou juntando algumas partes da minha família que não via a muito tempo, primos e tios muito queridos que eu deixei de ter a sorte de ter em meu dia-a-dia quando me mudei.
Quando sentei para conversar com cada um, a medida que o tempo passava, eu me sentia mais completa, a saudade diminuía e a felicidade não parava nunca de aumentar.
Estavam todos lá, a família de minha mãe, com seu humor irreverente e a de meu pai, mais intimista do que se pode imaginar mas, cada uma do seu jeito, me completou, me deixou cheia de amor de verdade, aquele tipo de amor que dura depois de vendavais, aquele amor que eu sei que vai durar independente de qualquer coisa, aquele tipo de amor que simplesmente é.
Procurei problema nisso tudo e simplesmente não achei, o que eu achei foi motivação, um combustível para que eu tenha essas minhas pequenas metades próximas de mim todos os dias de novo.

24 de jul. de 2013

PÓS-GUERRA

A rodoviária de Curitiba estava caótica no último domingo. Eram ônibus atrasados, pessoas estressadas, muita gente junta e no meio de tudo, eu, apenas esperando a hora que aquilo iria acabar.
Sempre gostei de viajar a noite, não sei se são os desenhos que as sombras das luzes dos fários fazem no asfalto ou o fato de que as noites são longas e me dão mais tempo para pensar, mas algo no meio disso tudo me encanta.
Estava frio e, depois de três horas de espera, assim que escondi meu queixo no cachecol, me sentei na poltrona do ônibus e fiquei olhando para aquele cenário que mais se assemelhava ao de uma guerra.
De repente eu me conformei e de uma certa forma até me confortei com aquela situação, afinal eu também tinha acabado de passar por um período de guerra, uma guerra interna, mas não deixa de ser guerra.
Sentia toda aquela confusão dentro de mim. Aquele monte de gente sem saber para onde ir, qual caminho tomar para chegar ao destino que queriam, eram como eu. Eu estava ali sozinha, exatamente como estava quando lutei por algo que já não existia mais, foi no meio daquela bagunça toda que eu me dei conta que sou um campo pós-guerra, marcado por uma batalha longa e que resultou no fim de tudo que eu acreditava.
Talvez não seja tão ruim assim, quero dizer, quantas coisas já foram construídas em cima de campos de batalha?
O problema talvez esteja na memória, quase como viver em uma casa moderníssima que foi construída em cima dos destroços de uma guerra, é tudo sobre conviver com os fantasmas (dessa vez não tão camaradas).

NADA

A semana foi morna, sem muitos acontecimentos marcantes, continuei sem sentir nada por nada e nada me vinha na cabeça, nada que eu considere importante contar para alguns poucos leitores que tenho, embora eu escreva apenas para mim, opiniões de terceiros são sempre boas.
Mas dessa vez, a vontade de escrever era a mínima possível, então fui para meu ritual de inspiração, um banho gelado, um copo de suco de laranja e um ou dois episódios de Sex And The City. Desisti do banho no segundo em que a primeira gota caiu nas minhas costas. Vesti uma roupa qualquer e resolvi sair, fui até a sacada e sentei no chão. Não tive vontade de nada, mandei uma mensagem para um amigo pedindo socorro e uma luz para minha inspiração, também não funcionou, peguei um vinil antigo de Chico Buarque e deitei no chão da sala esperando por nada ou por um milagre.
Nada aconteceu. De repente nada a minha volta parecia interessante a não ser pela mosca que procurava por uma fresta aberta na janela.
E quando eu estava quase sem esperanças, eis que a justificativa me chacoalha por dentro:  Eu tenho tempo livre.
Há tempos venho pedindo aos céus algum tempo sem compromissos, algum tempo onde eu pudesse me permitir fazer absolutamente NADA e esse tempo finalmente chegou.
O grande problema é que, depois de tanto tempo sem tanto tempo, eu não sei mais o que fazer e acabo me permitindo a nada. Não tiro os pijamas, demoro longos minutos no banho e o principal problema: Não procuro problemas em nada.

10 de jul. de 2013

EXPECTATIVAS

O tempo livre de Sábado é sempre um problema. E foi na tarde de ócio do último sábado que acabei tendo uma conversa com uma amiga que não conversava a muito tempo. No fim da conversa ela me mandou uma foto nossa, tirada na primeira vez que viajamos juntas, quando tínhamos 10 anos e logo depois, disse que tinha um compromisso e se desconectou do Facebook.
Como eu já tinha feito tudo que estava no meu planejamento para aquela tarde chata, fiquei ali deitada, olhando para a foto de duas crianças gordinhas abraçadas em cima de uma pedra e rindo. 
Se, naquela época, alguém tivesse me falado que dali sete anos minha vida teria virado de ponta cabeça, eu não teria acreditado. Naqueles dias, ninguém me parou na rua e disse "Juliana, daqui 7 anos tudo vai mudar. Você vai reprovar um ano no colégio, vai mudar de cidade e essas pessoas que estão na sua rotina, não estarão mais. Seu irmão vai se casar, sua melhor amiga não será mais sua melhor amiga e terá um filho. High School Musical vai acabar e você não vai mais ver graça nas séries do Disney Channel. Você terá feito novas amizades, vai engordar horrores e trabalhar em um banco." E mesmo se tivesse feito isso, eu iria apenas rir.
Há 7 anos atrás, minha expectativa para o que seria a minha vida era grande. Grande até demais e eu, no meio de tanta coisa, acabei nadando contra a maré de tudo que queria ser.
Ainda não fiz nada de grandioso, acho que ficarei devendo isso para a Juliana de 7 anos atrás que achava que seria uma adolescente revolucionária. Porém, fiz pequenas coisas que mudaram o MEU mundo, e tentando olhar tudo isso de fora, já fiz uma grande diferença.
Expectativas são uma droga, principalmente quando são grandes de mais, assim raramente serão superadas. Minha mãe costuma me falar para parar de criar expectativas e começar a criar porcos, uma vez que se nada der certo, eu ainda posso ter bacon. Acho que ela leu isso em alguma página do Facebook, mas não deixa de ser engraçado.
O grande problema é que criar porcos em um apartamento é... Complicado. Então continuo com minhas expectativas.

3 de jul. de 2013

ESPARTA ALEGRE

Estranho mesmo é não sentir nada.
Nada dói, nada provoca riso, nada levanta o vôo das borboletas em meu estomago, nada me faz chorar. É como se fosse apenas uma caixa de ossos andando por aí, com o olhar percorrendo cada esquina mas sem encontrar nenhum ponto fixo.
Presto atenção no que dizem, mas não dizem nada que me interessa, então abstraio e me auto-abduso para outro mundo, o meu mundo.
Confesso que roubei Esparta Alegre de Humbeto Gessinger. Vivo fugindo pra lá quando as coisas na Terra ficam difíceis de aguentar...
Lá sou eu quem governa as coisas e, nos últimos 17 anos, não houve nenhum protesto para me tirar do poder, acho até que os Esparta-alegranos gostam de mim, ou pelo menos é isso que o jornal local diz. Lá sou escritora, com uma infinidade de livros escritos e artigos publicados.
É em E.A que vive o meu melhor fantasma. Gosto das visitas periódicas ao meu mundo, porque no momento em que o fantasma encontra minha caixa de ossos andante, tudo se encaixa, é como eles se pertencessem.
Sinto falta das férias prolongadas em Esparta Alegre...Talvez o problema seja que as passagens espaciais agora estão caras demais... Ou será só a falta de tempo?

26 de jun. de 2013

BR

"Jogaram Mentos na geração Coca-cola." era o que dizia um dos inúmeros cartazes que vi durante uma passeata que ocorreu na ultima semana, no centro da cidade onde moro.
Fui pra rua como alguém que quer fazer algo pelo país, como uma futura mãe que quer apontar para o livro de história do filho e dizer: É, eu lembro dessa revolução, participei dos protestos. Assim como meus pais fizeram comigo quando estudei o impeachment do Collor.
Disseram algo sobre 12 mil pessoas, o que para uma cidade relativamente pequena e em uma noite de chuva,  foi muito. Fui para a rua também pela minha memória, pela lembrança eterna de 12 mil pessoas cantando o hino nacional em frente a Prefeitura Municipal de uma forma total e completamente pacífica, foi lindo de ver aquele mar de gente unido pelo mesmo motivo e o mais incrível era que, por todos os lados, tinha gente chegando o tempo inteiro.
Foi por uma boa causa, alias, É por uma boa causa. O gigante que acordou agora não pode mais dormir, tá na hora de fazer bonito, de mostrar para, literalmente, todo o mundo que a população, quando unida e bem organizada, pode mudar o futuro de um país.
Digo com a certeza de que toda essa movimentação que tem acontecido NÃO é um problema, acredito, e espero, que tudo isso é sim a solução para todos os outros problemas.

19 de jun. de 2013

CARRIE BRADSHAW

Sex and The City era uma coluna no jornal New York Observer que, em 1997, virou livro e um ano depois disso se tornou uma série exibida semanalmente pelo canal HBO, que ficou no ar até meados de 2004 e, alguns anos depois, deu origem a 2 filmes.
Tudo gira em torno de Carrie Bradshaw, suas 3 melhores amigas e suas experiencias de vida. Carrie é solteira, tem por volta de seus 35 anos, é colunista de um jornal nova-iorquino, que mora em um pequeno apartamento na Upper East Side.
Não acompanhava a série de TV, os livros e muito menos a coluna quando tudo era inédito (até porque, naquela época a única coisa que me interessava era "Barney e seus amigos") Porém, há dois anos atrás, comprei o livro que deu origem a série, mais para pôr meu inglês em prática do que qualquer outra coisa e acabei me envolvendo na história.
Carrie é um de meus fantasmas, uma das minhas âncias, escrever para uma coluna de jornal, morar em Nova Iorque e ter um closet enorme são 3  itens da minha lista mental de desejos que ela domina.
Eu e Bradshaw temos muito em comum, percebo isso a cada episódio da série que assisto.
Somos frágeis, apaixonadas e amedrontadas, assombradas pelos antigos fracassos e tentando dar um passo de cada vez.
Talvez todo o problema esteja aí, Nova Iorque é grande e rápida demais para se dar um passo de cada vez, talvez a vida toda seja, o que torna os riscos de tropeçar bem maiores.

12 de jun. de 2013

MEU PEDAÇO DE BOLO

Me disseram que seria amor, mesmo que mudasse, mesmo que alguém esquecesse o que aconteceu. Mas não foi assim que a banda tocou no final das contas. 
O todo-poderoso amor se transformou em pedaços de saudade e, de repente, lá estava eu, me aproveitando desses pedaços nas noites chuvosas ou quando a nostalgia era grande de mais, exatamente como eu fazia com os pedaços de um bolo de chocolate.
Quando aquela hora mágica e cor-de-rosa entre a tarde e a noite chegava, os pedaços de saudade se juntavam como em um quebra-cabeças complicado e te traziam de volta para mim. Eu me agarrava a eles como me agarrava a você antes de dormir.
Sempre soube que nosso amor seria mutável, agora sei que realmente é. Sabia desde o começo que ele se tornaria invencível e salvaria as nossas vidas, vejo que foi aí que errei.
Nosso amor não soube lidar com sua grandiosidade e se tornou o vilão. Fico pensando... Então o que eu me tornei quando também não soube lidar com você? Será que o vilão fui eu e venho a tanto tempo culpando o amor pelos meus atos falhos?
No final das contas e em um simples passe de mágica, tudo foi transformado. Engraçado mesmo é pensar que aquele amor que julgávamos ser o maior do mundo, agora se compara à uma pedaço de bolo de chocolate.

5 de jun. de 2013

A MÚSICA

Hoje, na hora do almoço, estava conversando com um colega de trabalho que, quando não está ocupado sendo bancário, é músico. Embarcamos em uma conversa sobre ritmo e equalização de músicas, até chegarmos ao X de toda a questão: a composição da letra vs. a composição da melodia.
Sou fã das letras e confesso que não boto a minha mão no fogo por quem prefere melodia.
Melodia é como atração física, primeiro encontro, troca de olhares, sorrisos trocados. É interessante, mas de nada vale se a conversa, as quatro paredes, a intimidade, a letra em si, não for boa. (Tá aí, acho que é por isso que me apaixonei por Clarice Falcão desde que escutei sua música pela primeira vez, melodia simples e letras incríveis, combinação perfeita)
Então estávamos sentados um de frente para o outro, cada um defendendo seu lado, enquanto ele dizia o quanto a melodia era importante para a música eu fiquei pensando que as duas na verdade não devem competir e sim se somar, afinal, dois positivos nunca formam um negativo, não é mesmo?
Quando chegamos a conclusão de que música só é música porque existe a harmonia entre a letra e a melodia, chegamos ao Y da questão: O tal do feeling.
Ele me disse, entre uma garfada de salmão e um gole de água com gás que, para ele, não existe música se o cantor/compositor não tiver o feeling na hora de tocar/compor, e que a falta do mesmo pode transformar a música em um problema.
Fiquei pensando que isso se aplicava para todas as outras ações que façamos na vida. Se não tiver sentimento, a dose certa de "semancol" e uma pitadinha de "vamos-ver-no-que-vai-dar", do que valem as tentativas quando não  temos nada a perder mas, por outro lado, também não temos nada a acrescentar?
Conclui com o pensamento que, talvez o problema seja mesmo a falta de feeling.

29 de mai. de 2013

O BANHO

Essa noite eu tive uma crise de risos enquanto tomava banho.
De repente, lembrei de uma piada horrível que foi contada por um amigo meu, há uns 4 ou 5 anos atrás, e  ri como fazia algum tempo que não ria. Essa lembrança desencadeou outra, que levou a outra e depois mais outra e outra e outra....
Quando percebi, eu estava em pé no mesmo box que estou todos os dias pela manhã e à noite mas, pela primeira vez desde que me lembro, eu estava... Feliz.
Não vou falar que minha vida tem estado completamente normal ou feliz nos últimos meses, porque não está. Um dos meus auto-acordos quando criei o blog foi "nunca mentir" então apenas vamos dizer que 2013, até agora, não tem sido lá o meu melhor ano...
Mas estou sobrevivendo, quero dizer, essa é a última quarta-feira do quinto mês do ano, e olhem só... Estou inteira. Talvez com alguns arranhões, queimaduras de segundo grau e uns 23 pontos em algumas partes, mas estou bem.
Bem o suficiente para ter uma crise de risos ocasional, vinda do reino de tão tão tão distante, aquele que é divisa com a vila da "Ei, a vida pode ser boa!", que é bem pertinho do vale da esperança, que se você cruzar com muito cuidado, consegue ver o morro do "Antes tarde do que nunca"
Talvez o problema de tudo tenha sido que esqueci de viver nos últimos meses e não prestei atenção nesses mero detalhes.

22 de mai. de 2013

EU.

Me acusaram de escrever sobre coisas que eu não sei, como o amor e as regras gramaticais. Resolvi entrar de cabeça nessa onda e escrever sobre algo que eu não faço a menor ideia do que seja: Eu.
Sou o segundo resultado da união de um economista com uma professora de história. Os dois se conheceram em um terminal de ônibus em Curitiba, namoraram por dois anos, casaram e tiveram um filho, meu excelentíssimo irmão mais velho, Eduardo. Sete anos depois disso, eu nasci, 3 kg e alguma coisa, sem nenhum fio de cabelo ou sobrancelha.
Nasci e fui criada em Curitiba em um bairro que eu, até hoje, amo. Frequentei a mesma escola católica de fevereiro de 1999 à dezembro de 2010, e tirei muito dos ensinamentos que tive lá para formar o meu caráter.
Quando era uma criança, usava cabelo chanel na altura da orelha, era gordinha e por isso, estava sempre com roupinhas mais largas, e tinha os dentes tortos. Minha mãe jura de pé junto que era uma fofura mas, até hoje, eu não sei como consegui ter tantos amigos.
Eu falava muito quando era mais nova, era simpática, sorria e fazia amizades facilmente, adorava brincar com todos, por esse meu jeitinho espoleta, sempre tive mais amigos do sexo masculino. As garotas não entendiam como eu conseguia perder os sapatos das minhas Barbies e sempre vinham com um  "Como assim, você não tem um boneco do Ken? Com quem sua Barbie vai namorar?" Eu tenho um irmão mais velho, minhas Barbies namoravam com os soldados e bonequinhos de luta que ele tinha. Muito mais másculos do que um Ken surfista.
Como, por 11 anos, eu frequentei o mesmo colégio, foi fácil de manter as amizades. O problema se deu em 28/12/2010, quando eu, oficialmente, me mudei para Joinville.
Foi uma mudança radical, apesar de serem apenas um estado e 110km de distância, quando pego o ônibus para uma "volta para a casa" de um final de semana, penso em como esses poucos quilômetros parecem um mundo.
Perdi muita coisa na mudança. Caixas, roupas, sapatos, contato e alguns amigos.
Demorei pra me adaptar, era calor de mais, longe de mais da minha realidade e mais: O apartamento era extremamente gigante.
Já fazem quase 3 anos que me mudei e ainda tenho 2 caixas de coisas para serem guardadas.
Algumas pessoas dizem que os filhos se assemelham com os pais, então, comigo não poderia ser diferente, meu pai gosta de Rock Brasileiro e minha mãe de música sertaneja, o que sobrou para mim? Uma playlist que começa em Capital Inicial, passa por Zezé de Camargo e Luciano e acaba em Jason Mraz, acredito que  música é música, independente do estilo, serve para unir as pessoas.
Desde que eu me lembro, sempre fui desastrada e desatenta, o que, ao longo de 17 anos, já me rendeu alguns arranhões, queimaduras, deslocamentos e por aí vai...
Costumava achar que meu problema era ser explosiva demais, mas descobri que não é. O problema é que sou intensa demais, gosto de palavras que acabam com "ÃO", gosto de fins de tarde e, lá no fundo.. Eu gosto muito de ter meus problemas.

15 de mai. de 2013

COMERCIAL DE SONHO DE VALSA

As surpresas da vida são engraçadas.
Sempre gostei de imprevistos e, principalmente, de improvisos. As coisas que acontecem quando não esperamos são encantadoras.
Me peguei pensando nisso enquanto assistia televisão em um final de tarde preguiçoso, no intervalo de algum programa que dissertava sobre como podemos arrumar o guarda-roupas com pequenas caixas e divisórias, o comercial do bombom Sonho de Valsa começou e chamou minha atenção. Um casal teve seu encontro e, na hora da despedida, não teve nenhum beijo, a moça subiu as escadas decepcionada e quando tirou a jaqueta, um Sonho de Valsa caiu de seu bolso, ela correu para a janela e viu que seu amado estava encostado no carro, olhando para ela e sorrindo, ela desce correndo as escadas do prédio, o abraça, e eles se beijam. Dei um sorriso quando a propaganda acabou, achei incrível como aquilo tinha sincronizado perfeitamente com o pensamento que tive enquanto aprendia como as meias podem ser dobradas para que nunca perdêssemos os pares.
Se surpreender com as pessoas, esta aí uma coisa que eu adoro. Com o tempo, aprendi que não devo esperar muito, mas, nos últimos dias estou acreditando que um telefonema no meio da madrugada pode criar um novo caminho a ser seguido e o som de uma risada pode ser a luz no final de um túnel.
Droga, será que um problema novo acabou de começar?

8 de mai. de 2013

NÓS

Foi em uma madrugada fria e de lua cheia que eu percebi que, mesmo contra a minha vontade, ainda era você.
A casa agora cheirava a lavanda, meu aroma preferido, o que me incomodou e fez lembrar de quando isso era quebrado pelo cheiro do cigarro que você acendia, se acomodava no meu colo e me ouvia reclamar sobre a fumaça que tomaria conta das cortinas da sala, aquelas que, depois de muita discussão, resolvemos que combinaria com a cor do nosso sofá.
Me encostei na parede que dividia a sala com a cozinha e ali fiquei, olhei a minha volta... A mobília da casa era nova, os papéis de parede também e o mesmo se dava para a cor do meu cabelo. Tudo estava ajustado para uma vida sem você, ou pelo menos era aquilo que eu queria que estivesse acontecendo. 
Fui preparar um café. Quatro colheres de Nescafé, duas de açucar, 250ml de leite desnatado aquecido durante dois minutos e exatos treze segundos no microondas. "Eu te amo e . final" era o que dizia a caneca que me dera no nosso último aniversário de namoro e, naquele instante, me pareceu reconfortante usa-lá.
Voltei para a sala e me debrucei no parapeito da janela, encarei a lua por algum tempo e me perguntei se, em algum lugar, mais ou menos 210km longe de onde eu estava, você também estava sentindo falta.
Pensei em te ligar, a ideia de ouvir sua voz me confortava, mas a certeza de que tudo iria acabar em discussão me fez desistir.
Fico então nesse dilema, há tempos eu venho escrevendo sobre alguns problemas, mas nenhum deles me leva até a solução do principal de todos eles, o que anda tirando o meu sono já faz tanto tempo... Qual foi o NOSSO problema?
Por algum tempo, eu culpei a distância entre nós pelo fracasso do nosso relacionamento, mas hoje eu pensei se isso era mesmo justo. Brigávamos quando havia distância e quando não havia também, mas quando era para nos resolvermos... Nossa reconciliação era sempre a melhor, cheguei a pensar que algumas das nossas inúmeras brigas foram apenas para a bandeira branca ser levantada no final das contas. 
Para ser mais sincera do que deveria, acho que o problema se deu pela falta de dosagem de ambas as partes, nós não sabíamos como dosar tudo aquilo que fomos, queríamos nos gabar da nossa forma auto-suficiente de amor e, no fim, acabamos com ela. 

1 de mai. de 2013

S.

Ano passado, eu conheci uma garota. (Vou chama-la de S. enquanto estiver contando essa história.)
A S. é o tipo de garota que todas as outras odeiam. S. é linda, de um modo até meio ofensivo para as outras pessoas do mundo. Ela é loira, alta, tem olhos azuis, um sorriso lindo com dentes perfeitamente brancos e alinhados, um corpo que dispensa comentários e, para fechar o pacote, tem covinhas nas bochechas. A S. já chama a atenção naturalmente, mas, não satisfeita com isso, ela ainda anda cheia de amigos para todos os lados, tem uma risada um tanto quanto alta e escandalosa, sempre, eu disse SEMPRE, está com algum garoto por perto e aparenta ser confiante e muito feliz. 
Confesso que fazia parte da facção de odiadoras da S. e, se fosse escrever esse texto há alguns meses atrás, poderia até listar 34 motivos pelos quais eu não gostava dela. 
Porém, nessa exata noite de segunda-feira, enquanto escrevo esse texto, eu só consigo pensar em um motivo: Eu não a conhecia.
Eu e S. temos alguns amigos em comum, minha melhor amiga e ela, por exemplo, são bastante próximas, o que acabou me aproximando dela também, por tabela.
O ponto onde quero chegar é o seguinte... Em uma certa manhã, vi a S. sentada sozinha, em um canto da cafeteria de onde estudamos, achei estranho e me aproximei para conversar. Ela estava chorando.
Confesso que no fundinho, senti uma certa felicidade de ver a cara dela borrada de maquiagem e perceber que "Oh meu Deus, ela é normal!!!", mas foi passageiro, meu coração mole me fez abraça-la e perguntar logo o que estava acontecendo.
S. cansou de ser S. e, em prantos, ela me contou tudo que estava acontecendo. Disse sobre sua relação difícil com seus pais, sobre como é complicado saber se os garotos estão com ela porque realmente há sentimento, ou porque querem apenas sexo e que ela não é tão feliz e confiante quanto parece, tem problemas com a alimentação e por muito tempo sofria de depressão por não ter nenhum amigo.
Me senti mal pela S. e lembrei de todos os comentários maldosos que já ouvi e, confesso, fiz a respeito dela.
O principal problema disso tudo, é que julgamos sem conhecer, acreditamos no que uma imagem e uma aparência nos passa, o que nem sempre corresponde à realidade.
Ainda citando a S. como exemplo disso. Se estivesse escrevendo esse texto há alguns meses atrás, não poderia terminar contando que S. e eu agora somos amigas, do tipo confidentes, do tipo que chora junto, canta junto, ri junto... Do tipo que faz eu me arrepender de ter passado tanto tempo na ignorância de acreditar em aparências.

24 de abr. de 2013

ENVELHECER

Faço aniversário no final do mês, por isso, carinhosamente, intitulei Abril como "O mês da DPA" (Depressão Pré Aniversário), título que, em minha humilde opinião, caiu como uma luva.
Creio que já comentei por aqui, que meus pensamentos me consomem, se não todo, em boa parte do tempo, então não é de se admirar que eu também tenha meus problemas com relação a envelhecer.
Alguns dos meus maiores medos são: esquecer as coisas que já fiz, ficar cega ou não poder mais escrever, pensar nisso me apavora e tira meu sono, como tem feito nas últimas semanas, cismo que meu tempo de vida está se esgotando e que, se eu não fizer tudo que desejo fazer na vida até a próxima Sexta-feira, nunca mais serei capaz de fazer.
Sou meio paranoica com o tempo, vejo ele passando rápido e talvez não terei tempo de conhecer Nova Iorque e nem de publicar um livro. Mas, espera aí, eu só tenho 17 anos! 
Ainda há muita água pra rolar, muitos problemas para serem colocados em questão e muita, muita coisa pra me fazer reclamar. 
Talvez o real problema seja quando eu realmente não tiver problemas.


17 de abr. de 2013

QUANDO NÃO HÁ PROBLEMAS

Não confio em quem não sabe a diferença entre "mas" e "mais", muito menos em quem não se emociona com as propagandas do "O Boticário" no Dia das Mães e Natal. E, sinceramente, não colocaria a mão no fogo por alguém que nunca ouviu Engenheiro do Hawaii.
Sigo o pensamento, talvez não muito certo, que o bom uso da língua portuguesa pode salvar vidas e que pontuação define caráter. 
Pessoas organizadas de mais me assustam e escadas rolantes me dão arrepio na espinha.
Tentaram me arrumar, e conseguiram, confesso que levei um tempo pra me bagunçar de novo, pra voltar a ser eu mesma, colocar tudo de volta na plena bagunça esquizofrênica que sou, mas fiz. 
As coisas voltaram ao seu eixo original, está tudo "em paz no reino da química", tudo pronto para novos problemas, talvez, esse, pela primeira vez, não seja um problema.

10 de abr. de 2013

FOSTES BREVE

Fostes rápido amor
fostes suficiente
não se alongou, não se reprimiu
apenas fostes

Fostes bravo, firme e breve
fostes leve
leve como borboletas que só vivem 24 horas

Levou-me para longe contigo
para algo mais do que 210km de distância
tu me tiraste de mim
suplico que devolva-me.

3 de abr. de 2013

AÇÕES IMEDIATAS

Ainda não aprendi a lidar com o tempo, ele passa depressa de mais.
De repente já estamos no quarto mês do ano, meus casacos voltam a aparecer no guarda roupas e eu, estranhamente, troco as Melissas por meias+tênis. De repente envelheço mais um ano, teimo que meus cabelos loiros próximos à raiz estão ficando brancos e risco os dias no calendário "DIAS PARA SAIR DE CASA" e lembro que de repente me dá um aperto, uma vontade de abrir a janela e sair voando pra longe. Às vezes falta ar pra respirar fundo por aqui.
De repente me falta tempo, de repente passou e eu não vi.
De repente o problema se solucionou e não voltou, ou de repente volte, bata na minha porta e diga "Oi, sou seu problema, vim buscar minhas soluções."

27 de mar. de 2013

TD Q VC VÊ

Sorriso torto, voz rouca, olhos extremamente misteriosos
                                                  Cabelo bagunçado e fios de barba esperançosos.
Corpo de 18
Alma de 30.
                

.

20 de mar. de 2013

O PARAPEITO DA JANELA

A saudade apertou naquela madrugada que sentei no parapeito na janela do oitavo andar e fiquei ali, entre  caixas de ar condicionado, postes e fios de luz e o cômodo que tem você respingado em cada uma das quatro paredes.
O telefone não tinha tocado ainda, mas na minha cabeça, nossos dias juntos fervilhavam.
Talvez seja esse o problema, em uma cabeça cheia de problemas, frustrações e angústias, os seus olhos azuis são a única coisa que fazem sentido.

13 de mar. de 2013

FALTA DE TEMPO

Queria ter um dia com 56 horas, só pra me dar o luxo de sentar no sofá da sala, colocar algum vinil velho para tocar e perceber que estou sem absolutamente nada para fazer. 
O problema é que os dias só tem 24 horas, e talvez seja o suficiente...
Talvez o verdadeiro problema esteja na maneira como administro essas horas.




NOTA PARA UMA PRÓXIMA VIDA: 
*Se apaixonar por Administração, não por Letras.

6 de mar. de 2013

AS PALAVRAS

Um dos meus 1703 problemas é que sinto de mais e expresso de menos, tenho um sério problema com as palavras, mas não as escritas, com essa me dou mais do que bem, com as  faladas.
Aquelas palavras que podem vir acompanhadas de gaguejo, serem mal interpretadas, ter conjugações verbais erradas ou sotaques foRtes que comprometem o entendimento. Gosto de deixar as coisas claras e parto do principio de que se algo não pode ser dito em apenas 3 minutos, ele não deve ser dito¹, então, a escrita acaba por me agradar mais, folhas de papel em branco me encantam e cantos de livros/apostilas são uma tentação difícil de resistir. 
O problema é mesmo a fala, talvez porque gaguejo em público, ou porque por muito tempo conjuguei verbos com "MIM" e meu sotaque paranaense é extremamente foRte. 







N(*)TAS DE R(*)DAPÉ:
¹: Referência a música 3 Minutos da banda Engenheiros do Hawaii.

27 de fev. de 2013

QUANDO TUDO MUDA

De repente me vi diferente, comecei a me interessar por esmaltes, maquiagens e garotos. Minhas Barbies foram doadas e meus CD's da Eliana e Sandy & Júnior foram parar em caixas no fundo do armário.
Me vi sem chão algumas vezes, na beira do penhasco, nada do que eu acreditava se fez válido em algumas situações. Tive que colocar fé no meu taco, acreditar em mim mesma e mudar.
Deu certo, sobrevivo a adolescencia, com alguns arranhões e acredito que eu só precisava, na verdade, crescer.
Tinha que amadurecer, não queria mais viver em função de outras pessoas, tinha cansado de ser antagonista da minha própria história, precisava fazer alguma coisa para reverter aquilo.
(...)
Então, o problema começou quando eu resolvi mudar, e mudei. Me desapeguei de tudo, mudei minha personalidade, meus gostos e desgostos, fiquei mais fria, parei de dar importância a opinião dos outros, vestia uma "máscara social" quando saia de casa, sorria para todos, mesmo que estivesse aos prantos por dentro. Comecei a expor minha opinião, perdi um pouco de noção, perdi amigos, ganhei inimigos, não me abri com mais ninguém, afinal, a única pessoa que precisava saber dos meus problemas, era eu mesma. Não disse mais "eu te amo" para quem eu não, de fato, amava. Aprendi a não confiar em ninguém, fiz tudo da maneira que julgava certa.
Eu achava que isso seria a conclusão do meu problema, me dei muito mal. Decepcionei muita gente. Aprendi e foi aí que o problema começou: Eu, finalmente, CRESCI.

20 de fev. de 2013

EGOÍSMO HAWAIIANO

Engenheiros do Hawaii é o verdadeiro nome do meu problema. Banda fundada nos anos 80 em PoA, acabou dando "um tempo" em 2007 e nunca mais voltou, embora o vocaliza/alma/integrante fixo tenha feito outros projetos (Pouca Vogal e o em breve lançado Humberto Gessinger - carreira solo) o gostinho de "quero mais" nunca foi embora. 
Conheço a banda desde 1995, quando ainda era um pequeno e fofo feto. Meu pai costumava colocar fones de ouvindo na barriga enorme de minha mãe para me fazer "ouvir" Engenheiros quando eu estava muito.. Agitada, podemos assim dizer (PS: Fontes seguras afirmam que isso funcionava, como ainda funciona. Me acalma de um jeito inexplicavel). 
A primeira música que aprendi a letra foi "O Papa É Pop" que, na minha pequena mente de 5 anos era "O papai é pobre" e assim foi... As músicas do Engenheiros embalaram, se não todos, a maioria dos momentos memoráveis da minha vida, o que acabou criando entre mim e a banda uma relação muito forte. Quem escuta Engenheiros e analisa as letras, praticamente me vê nua, descobre meu íntimo, viaja no meu passado, me vê de verdade, conhece meus medos e cruza com o melhor de mim escondido em cada verso.
O problema de verdade foi quando, aos 11 anos, tive que tentar mudar essa concepção. Fui ao primeiro show da banda. Até então, eu achava que Engenheiros tinha sido criada para mim, para meu béu prazer e só eu, somente eu (meu pai e irmão mais velho também, por tabela) poderíamos escutar a tal obra divina que são as leras/músicas da banda. O teatro tinha lotado. Mais de 1.000 pessoas estavam lá, gritando para o MEU ídolo, cantando a MINHA vida. Aquilo foi estranho demais pra mim, eu não soube lidar. Não soube dividir e principalmente, não soube entender que eu, talvez, não fosse a única que tivesse esse tipo de ligação com a banda.
Depois disso, durante anos, quando me perguntavam "Qual sua banda preferida?" eu não respondia, soltava um "Ah, eu não tenho, gosto de várias". Puro egoísmo. Não gosto nem que terceiros saibam da existência da banda, não gosto de dividir a genialidade Gessingeriana com mais ninguém, já fazem 17 anos, e eu ainda não aprendi, não gosto de outras pessoas cantando minha vida, revirando meu passado e meus sentimentos, isso, pra mim, é o que a banda é. E tenho a certeza de que, a maioria da população mundial, não entenderia de verdade tamanha GENIALIDADE que existe por trás de Engenheiros do Hawaii.
Talvez seja esse o problema, existem pessoas demais no mundo e a maior parte não sabe o que é "trottoir".

13 de fev. de 2013

A ROTINA

Confesso que acho as promessas e pensamentos de começo de ano letivo muito engraçadas.
"Esse ano eu vou estudar" "Esse ano vai ser diferente" "Esse ano não vou pegar nenhuma recuperação" "Esse ano vou me concentrar".
Não que eu não as faça, porque faço, todo Fevereiro é a mesma coisa.. Lá por Maio já desisto de tudo e me conformo com o fato de ter que fazer uma ou duas provas a mais.
Acontece que cansei dessa rotina. Não sei a que devo isso, mas a vontade de re-programar minha rotina cresceu 200%, ou será que fui eu quem cresceu 200%? Ta aí o problema, não consigo saber.

6 de fev. de 2013

O GERÚNDIO


"O gerúndio é usado basicamente para transmitir a ideia de processo, de algo em curso, de algo que dura."


Desde que fui apresentada às formas nominas, o gerúndio foi a que mais me encantou, poder expressar que estava dando continuidade em algo me deixava fascinada, principalmente quando o assunto era você.

Gostava da nossa continuidade, estávamos amando, tentando e gostando de tudo aquilo.
O problema de verdade apareceu quando o gerúndio deixou de ser, foi embora, como você foi e como eu também fui. 
Gerúndio deixa de ser encantador quando passa a ser particípio.

30 de jan. de 2013

DEPOIS

Só mais por essa noite, depois disso te esqueço. Só mais um telefonema, depois te coloco de volta na lista de números ignorados. Só mais hoje, depois some. Só mais uma "soneca" de 5 minutos e já levanto... Só mais esse chocolate, depois só como no fim de semana. O problema é que esse depois nunca chega. Falta força de vontade, talvez coragem. Falta aprender a sair da zona de conforto. Ainda não sei. 

23 de jan. de 2013

MEUS FANTASMAS

Eu escrevo. Escrevo para mim, nunca para os outros, escrevo com linhas tortas e letras incompreensíveis na maioria das vezes (talvez esteja aí a raiz de todos os problemas, raramente me faço entender), mas escrevo. Escrevo como um grito no vácuo, um tiro pro alto. Se a bala acertar em alguém, nesse caso fico até feliz. Em suma, escrevo para nada e para ninguém.


Escrevo talvez na tentativa de espantar demônios ou alimentar os fantasmas de mim que andam por aí, fantasmas jornalistas, publicitarias e quem sabe até fantasmas professoras de inglês... Fantasmas que não sofrem dramas adolescentes, que conhecem e visitam Nova Iorque com frequência e quem sabe, se tiver sorte, fantasmas que não sofrem de TPM. Fantasmas de tudo que eu já quis e ainda quero ser/fazer. Fantasminhas camaradas, esperançosos talvez seja a palavra certa. Rondam por aí na esperança de se tornarem reais os fantasmas das minhas ânsias.

16 de jan. de 2013

TEMPO

Quando o filme é legal, 3 horas parecem 20 minutos, quando o exercício na academia é chato, 20 minutos parecem 3 horas. Me peguei pensando nisso enquanto suava malhando no eliptico ontem no final da tarde.. O tempo passa rápido e ao mesmo tempo devagar de mais, talvez esse seja o começo do problema.

9 de jan. de 2013

TEORIA

Gosto de teorias. Gosto mais disso do que de praticas. Acho tudo tão mais bonito, fácil e bem mais legal, meu problema está nisso, eu acabo achando que as praticas serão iguais as teorias, aí que mora o perigo: Não são.

2 de jan. de 2013

HUGH GRANT

Cresci assistindo comédias românticas, do estilo Sessão da Tarde (ou "filminhos café c/ leite" como minha mãe costuma chamar) o que eu não sabia era o quanto isso poderia afetar todo o resto da minha existência, foi aí que parei para pensar. O problema é que esse tipo de filme, uma certa (falsa) esperança de que aquele roteiro, tudo que aconteceu com os personagens ao decorrer do longa pode acontecer com você também. Então, acaba por alimentar o romantismo dentro de nós, e nos faz esperar por gestos que talvez nunca aconteçam.
Eu sempre sonhei receber flores no meio do dia, acordar com café na cama ou com 47 mensagens fofas no celular. Nunca aconteceu. Não culpo as outras pessoas, como meu atual namorado ou qualquer outra pessoa que poderia ter feito isso, na verdade, posso concluir todo o meu pensamento culpando as comédia românticas por todo o desastre que por muito tempo foi minha vida amorosa. Tá aí, talvez o problema seja o Hugh Grant.